quarta-feira, 31 de março de 2010

Eu deveria estar estudando fisiologia, lendo notícias, fazendo supermercado, fazendo capoeira, lavando roupa, mas, como está na boca do povo, "deita que passa". Deitei, liguei o pc, e tomei a importante decisão de escrever no meu blog. No fundo, no fundo, ele serve para quê, pois?? Procrastinação!! Quando eu era criança, isso se chamava "tá bom, já vou..."...Agora que eu cresci e virei uma criança grande, passou a ter nome de coisa importante, para ganhar ares de respeitabilidade. Mas uma analise mais minuciosa da situação pode me ser favorável: o oftalmologista acabou de dilatar minha pupila, e o procedimento paralisou a musculatura ciliar, de tal forma que não consigo acomodar meu cristalino nas próximas seis horas. Como consequência, não consigo enxergar nada de perto e pareço uma senhoria que coloca tudo a um braço de distância para poder ler a embalagem....
Tal qual uma boa Procrastinadora-pseudo-presbíope, levanto mentalmente os assuntos que poderiam ser abordados nesse post. Mas veja bem: devem ser assuntos aparentemente importantes, pois o procrastinador precisa mostrar que aquilo que ele faz é muito mais relevante do que aquilo que deveria estar fazendo, apesar de infinitamente menos urgente. Entre um tópico e outro, ajeito a tela do pc, primeiro para frente, e imediatamente para trás, sem obter melhores resultados por isso.
....E por mais que eu pense, o melhor que pude obter até agora foi passagem do tempo sem tomada de decisão eficaz.Um absoluto silêncio mental. A decisão mais eminente que tenho a fazer é sobre a capoeira: pretendo sair, pq já estou desestimulada mesmo a continuar, pq prefiro correr, e pq a faculdade nao me permite ter dedicação mais assidua. E preciso levar tudo isso para a academia e coloca-los na frente do professor, daqui mais ou menos uma hora. Eu não posso simplesmente não ir mais.
 Uma das grandes vantagens que obterei é o tempo livre para me envolver com assuntos da faculdade. Ligas, estudos, etc....Coisa que preciso fazer com uma certa urgência...A última semana foi bastante sofrida na parte academica, estou me sentindo um lixo,e preciso reverter esse quadro o quanto antes. Acho que isso, somado ao meu namoro e tudo o que estou passando com ele, estão me fazendo passar por um momento de "crise", da qual advem aquele silêncio mental e a introspecção.
Logo, do que mais preciso é tempo. Afirmação essa bastante redundante, pq o que qq individuo do nosso tempo não possui é tempo...Mas isso é outra discussão. 

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Rosa

Aquela rosa branca estava me esperando na rodoviaria de Itatiba. Alegre, romantica e saudosa, beijou meus lábios e abraçou-me forte. Depois, colocou minha mochila nas costas, ofereceu-me o braço para depois me dar a mão, e fomos para o carro, em direção a sua casa.
Me disse coisas lindas, me fez rir e admirar. Com uma garrafa de vinho nas mãos, duas taças e a luz da vela, me pegou nos braços, e me envolveu. E assim começamos essa aventura que deve ser namorar.
Na despedida, a rosa estava em minha mala, ele do meu lado para me dar um bjo de "até logo", e me dizer mais uma vez que a nossa história ainda vai ser muito bonita.
Meu deus do céu, de onde foi que eu o tirei?? De onde tiraram ele pra mim??
Todo esse desconhecido do que ainda estar por vir me assusta um pouco, como sempre. Mas o que me acalma, e é a minha única certeza de que fiz a escolha certa é ele, é a voz dele no telefone, são as nossas conversas. E porque? Porque nessas horas eu tenho pra mim de que logo descobrirei um gde companheiro.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

I cant take my eyes off of you

"-Vc costuma sair muito pra dançar?
 -Mais ou menos na verdade. Meus amigos não gostam mto, ai eu vou sozinho.
 -Sério? Eu sempre tenho o mesmo problema. Minhas amigas geralmente não gostam de sair pra dançar, e qdo saio, saio com mulher, ai fica elas por elas. Acabo sempre indo em barzinho..."

"-Tava com saudades de vc, morena"

"-Faaaaala mulher.
-Falar o que, homem?
-Sei lá, qualquer coisa....Me fala dos seus últimos relacionamentos....
-ahhh não...hahahahhaha.....
-hahahah..
-Qto tempo faz desde a sua última namorada?
-Nunca tive namorada.
-Não? Sério?!
-Sério, porque?
-Eu nunca namorei também."

"-Sabe, tem gente que entra na nossa vida, e passa, e não faz diferença. Mas tem gente que entra e fica e marca, e independente do que venha a acontecer, vc vai ser assim pra mim.
-...
-Que foi, fala. Vc deve tá pensando "Que cara mais bobão, meloso..".....
-Não, eu não to não. Eu congelei um pouco na verdade. Mas é porque, por dentro, eu tô explodindo....Vc foi umas das minhas melhores ficadas que eu tive. Sabe qdo vc já está exausta pq quer esquecer alguem, ai resolve se envolvercom outras pessoas e nada dá certo......Ai vem vc...
-E foi o melhor beijo que eu já dei.
-Foi tdo do jeito que eu queria."

"-Tá cansada?
-Pouquinho...acordei cedo hj pra fazer reunião...
-Quer ir embora?
-Não, tá gostoso aqui....
-Então o que vc tá matutando ai?
-Tem um lugar na Unicamp que é bem alto e meio reservado. Pensei em a gnt ir pra lá, pq dá pra ver o sol nascer.
-Adorei. Vamo nessa."

A vida é simplesmente absurda, mesmo? Como, se é tão tentador, tão verdadeiro, pensar que ele me foi enviado assim, quase como um presente?

"-Dá vontade de ficar te olhando....E parece que eu não consigo ser de mais ninguém."

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Eu tô feliz!

Tô feliz por uma porçãozinha de motivos.
Meu camp acabou domingo. Não chorei quando vi os meninos indo embora. Refiro-me a todos os meninos e meninas que estavam lá. Mas senti falta deles e de alguns em especial quando vi que estava sozinha e tinha os braços vazios. O camp foi sensacional, o entrosamento, ótimo, e a experiência, rica. Comecei como deleganda e comecei a me tornar staff, percebi vários erros, alguns acertos, e a possibilidade de mudar e melhorar nos próximos camps. Os meninos foram demais, e é a possibilidade de encontrar outros como eles que me anima a fazer mais acampamentos. É um pouco piegas, mas no fim, acho que como sintese, diria que tive uma experiência mto bonita. Ngm diz que foi bonito, mas eu não consigo pensar em outra palavra!! Meu cérebro entra stand by nas férias.
Voltei pra SP, mas essa não é a parte que me deixa feliz. Espero que a falta de expectativas faça com que esse ano, na facul, me traga mais satisfação do que o anterior.
Tbm não estou feliz de estar em SP pq um romancezinho de férias ficou em Cps, mas infelizmente eu não posso e não devo me estender nele, ao menos agora. No fim da festa, ele pegou uma rosa branca que estava no enfeite de mesa e me deu. Pensei em leva-la cmg pra guardar de recordação, mas mudei de idéia e achei melhor que a rosa ficasse perto do arranjo de que havia sido tirada. A rosa pertencia à festa, assim como o que houve entre mim e ele tbm pertencia. Não é o que eu quero, nunca vai ser, talvez não seja, mas por experiência própria, é melhor não ficar sonhando, nem procurando, e deixar acontecer um dia de cada vez. De onde foi que eu já ouvi isso....?? ;)
Bjokas.

sábado, 9 de janeiro de 2010

Irmãos 2

Fui contemplada com mais uma peripécia da dupla dinâmica Motta e Mottinha (mottinha para nós, pq ele não gosta, mas como eu sou irmã, é minha obrigação chama-lo assim...além do que, fica mais fácil, para vcs principalmente, saber quem é quem). Essa é curtinha.
O Motta, ou Pedro, é um típico leão de chacará. Mandão, controlador, e protetor. Ele passou o dia do meu lado, "pq vc tá a 100km/h?! 110km/h?! 120KM/H?! Quer matar nóis?!", "vai depilar? ah, é?! o que? com quem? q horas?", "vms tomar sorvete, mas uma casquinha!"....Pedro, sua velha, vai cuidar da sua vida. Psico.
A noite, qdo chegamos em casa, acho que já tinha acabado a graça de cuidar da minha vida, ele vai tomar conta da do André, o Mottinha. "André, tem uma crosta no seu nariz!" "Crosta do que, Pedro?", queria saber a minha mãe. "De cravos, olha isso! Flávia, me dá um creme pra passar no nariz do André!" E o maior interessado, mudo. Ingenuamente mudo."Tó, passa isso". "Tá bom, dá aqui". E lá vai o menino pro banheiro lavar o rosto com um creme anti-acne que eu costumo usar.
Dois minutos depois, volta o André: "ou meu, essa porra tá fedendo merda". Eu, com toda a paciência de Madre Tereza, oriento o menino: "Dé, isso é um sabonete para vc lavar a cara, não pra deixar no nariz....e não tem cheiro de nada!"..."Mas isso aqui tá cheirando merda!". Eis que nosso leão de chacará, reaparece, grande, imponente e peludo: "Deixa eu ver o que vc passou no nariz!..."
Adivinhem vcs o que era?! O creme depilatório!! Foi depilar os cravos, o menino. Nesse exato momento seu nariz vermelho faz inveja a Rudolph, a rena do papai noel. Depois que consegui parar de rir, me levantei do chão e vim dividir com mais alguém esse momento que só não é único pq, nos momentos de mais inspiração, podem ser produzidos em série.
Bjs!

domingo, 3 de janeiro de 2010

Foi um rio que passou em minha vida.

Vejam esse post da Laurinha:
http://lmbarbosa.blogspot.com/2010/01/se-identifica.html
E no título ela pergunta: "Se identifica?". Que atire a primeira pedra quem nunca passou por isso! Haverá aquelas que se identificarão, aquelas que não, aquelas que tem certeza que o trecho foi escrito pensando nelas (eu inclusa, confesso). E a autora tem razão: é uma história de amor baseada na obsessão. Antes de mais nada, na obsessão. A gente jura de-pé-junto-por-tudo-que-é-mais-sagrado que é o maior amor da sua vida. Até terminar, enfim, assim: um caco. E vamos e venhamos, cacos não amam.
Mais ou menos, qualquer mulher que já passou por uma situação similar chegou a se perguntar: pq esse sofrimento? pq isso na minha vida? pq eu preciso disso? Pq, pq, pq, mas esses pq afinal realmente tem resposta? Há alguma finalidade nessas coisas na nossa vida? Como se elas fossem postas na nossa vida pra gnt aprender algo. Não só esse sofrimento, qq sofrimento. O que me fez pensar num vídeo e numa música.
O vídeo nos dizia o seguinte: o ser humano precisa de significado, ele busca significado em basicamente tudo. O que será que isso quer dizer? Qual o significado oculto que carrega? E a resposta a isso foi dada há uns 4000 anos, pelos gregos: o significado disso é nenhum. A vida não possui significado algum. A existência não tem sentido. Quem tece nosso destino são um olho e três velhas sem olhos, corcundas, feias, decréptas, e quase cegas. O fato de o meu destino ser um tecido, feito por uma velha que não enxerga bem, provavelmente põe por terra qq esperança que eu tinha de a minha vida ter algum sentido maior do que a mediocre existência.
Como fica então o sofrimento? Não fica, ele, tal qual a nossa vida, não tem sentido. É tão casual como o fato de termos nascido. Então pq a gnt não se mata de uma vez? Essa é uma opção, também. A outra, os mesmo gregos nos deram: diante desse nada com o qual nos deparamos, será memorável, heróico, inspirador, aquele que souber tirar, da adversidade, coragem para seguir em frente. O herói grego era, dentre outras coisas, aquele capaz de inspirar os demais a continuar vivendo.
Para mim, que já me sinto meio macaca velha em decepções amorosas, não as considero um motivo para afundar em amargura, rancor, tristeza, morte. Acho que há outras coisas que nos levam a isso. Obvio que há aqueles que pensam ao contrário de mim, e não os desprezo por isso. Se fosse eles, buscaria num herói grande e reluzente minha inspiração à vida. Como não sou, achei numa música, não um herói, mas uma mensagem, uma forma de olhar e enterrar de uma vez por todas todo esse sentimento, essa tristeza, esse aviltamento do nosso corpo, da nossa pessoa, e até da nossa alma. E vejam só, que feliz coincidencia: uma música de carnaval. Se não fosse em homenagem à Portela, seria melhor ainda. Espero que minha querida Mangueira não se sinta menos querida por isso!

FOI UM RIO QUE PASSOU


Se um dia
Meu coração for consultado
Para saber se andou errado
Será difícil negar
Meu coração
Tem mania de amor
Amor não é fácil de achar
A marca dos meus desenganos
Ficou, ficou
Só um amor pode apagar...

Porém! Ai porém!
Há um caso diferente
Que marcou num breve tempo
Meu coração para sempre
Era dia de Carnaval
Carregava uma tristeza
Não pensava em novo amor
Quando alguém
Que não me lembro anunciou
Portela, Portela (Mangueira, Mangueira...)
O samba trazendo alvorada
Meu coração conquistou...
Ah! Minha Portela! (Mangueira...)
Quando vi você passar
Senti meu coração apressado
Todo o meu corpo tomado
Minha alegria voltar
Não posso definir
Aquele azul
Não era do céu
Nem era do mar
Foi um rio
Que passou em minha vida
E meu coração se deixou levar (!!!)

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Irmãos

Como esse blog é um blog pessoal, e não sobre algum setor importante da vida pública e da sociedade (saúde, alimentação, direito, justiça, economia, direitos humanos...), nada mais próprio do que falar de uma das minhas melhores partes: meus irmãos.
Tenho três- e não consigo entender como algumas famílias tem menos do que isso, ou não tem. Eu sou a segunda, minha irmã mais velha chama-se Luiza, é deficiente, e por isso aprendemos a tratá-la como um ser especial, puro, iluminado, livre dos pecados desse mundo, que apenas deseja o bem, e pede muito pouco para si em troca.
Os outros dois, mais novos do que eu um ano e tres, e dois anos e sete, respectivamente, chamam-se Pedro e André. O Pedro é meu grande amigo e o ser mais bobo do universo. Imagine uma pessoa boba; o Pedro, com certeza, é mais. O André é, antes de mais nada, meu: meu irmão mais novo, de quem eu devo tomar conta e proteger a maior parte do tempo, q me trata como sua protetora, não importa o tamanho que tenha.
Outro dia comprei um creme depilatório-nunca tinha usado e queria experimentar. O Pedro, como todo bom bobo companheiro, se alistou prontamente para experimentar o creme junto comigo. Apliquei-lhe o produto no dorso do pé. Como ele mesmo definiu "Oh loco...é quase uma arma isso!". Chamei o André para participar da bagunça, que respondeu com aquele jeito meio timido meio sério "não", e continuou a olhar os dois irmãos mais velhos a limpar as pernas e os pés na água da piscina-o mais rápido possível, e meio escondido.
No dia seguinte, o André apareceu na minha frente, e disse virando-se de lado e apontando na região lombar "vem aplicá o creme em nói, fi, que é pra eu tirar esses pelos aqui, ó" e deu uma enroladinha na penugem proeminente superiormente ao famoso "rego". Sorri, sabendo que aquilo significava um pouco mais do que parecia. Peguei o creme, pedi para q ele ficasse de bruços ao lado da piscina, e passei o produtp, enqto o Pedro ria, e aloprava a ambos.
"Só espero que esse muleque não tenha alergia a isso também". O André, mesmo tendo mais pelos que o Pedro, mais corpo e mais altura (1,80m, 90kg), um tramanzalão de primeira, apesar disso, é a mais doce das criaturas, e quase tão sensível quanto-das renites daqui de casa, a dele é a pior. Logo, tinha boas razões para estar preocupada.
Dito e feito. Depois do banho, ele me aparece com um vergão enorme na região das costas, quente pra caramba. Sai desesperada na internet procurando alguma coisa sobre reações alérgicas à amonia. Qdo lhe disse o que eu estava fazendo, ele respondeu "ohhhhh, que bonitinho" e me deu um beijo na testa. Acabei passando um creme hidratante, pq foi a única coisa q eu achei q dava pra passar em pouco tempo-meus pais dormiam a essa hora. Obvio que não adiantou muita coisa, ele ficou de lado na cama, deitado, esperando o ardor passar.
Quando meus pais acordaram, falaram pra passar corticóide. Desimbestei a procurar a pomada até achar, q só consegui passar qdo jurei de pé junto que não ia arder. Passei, dei boa noite, apaguei a luz e sai do quarto. Dois minutos depois ele me aparece aqui na sala e senta-se ao meu lado. Pegou a minha mão e fingiu dormir em cima dela. Depois, acordou, pegou um CD do "É o tchan" e está desde então a me deleitar com toda fantástica antologia poética do grupo de axé.
E sinceramente, eu não sei como alguém consegue viver sem tudo isso.