Como esse blog é um blog pessoal, e não sobre algum setor importante da vida pública e da sociedade (saúde, alimentação, direito, justiça, economia, direitos humanos...), nada mais próprio do que falar de uma das minhas melhores partes: meus irmãos.
Tenho três- e não consigo entender como algumas famílias tem menos do que isso, ou não tem. Eu sou a segunda, minha irmã mais velha chama-se Luiza, é deficiente, e por isso aprendemos a tratá-la como um ser especial, puro, iluminado, livre dos pecados desse mundo, que apenas deseja o bem, e pede muito pouco para si em troca.
Os outros dois, mais novos do que eu um ano e tres, e dois anos e sete, respectivamente, chamam-se Pedro e André. O Pedro é meu grande amigo e o ser mais bobo do universo. Imagine uma pessoa boba; o Pedro, com certeza, é mais. O André é, antes de mais nada, meu: meu irmão mais novo, de quem eu devo tomar conta e proteger a maior parte do tempo, q me trata como sua protetora, não importa o tamanho que tenha.
Outro dia comprei um creme depilatório-nunca tinha usado e queria experimentar. O Pedro, como todo bom bobo companheiro, se alistou prontamente para experimentar o creme junto comigo. Apliquei-lhe o produto no dorso do pé. Como ele mesmo definiu "Oh loco...é quase uma arma isso!". Chamei o André para participar da bagunça, que respondeu com aquele jeito meio timido meio sério "não", e continuou a olhar os dois irmãos mais velhos a limpar as pernas e os pés na água da piscina-o mais rápido possível, e meio escondido.
No dia seguinte, o André apareceu na minha frente, e disse virando-se de lado e apontando na região lombar "vem aplicá o creme em nói, fi, que é pra eu tirar esses pelos aqui, ó" e deu uma enroladinha na penugem proeminente superiormente ao famoso "rego". Sorri, sabendo que aquilo significava um pouco mais do que parecia. Peguei o creme, pedi para q ele ficasse de bruços ao lado da piscina, e passei o produtp, enqto o Pedro ria, e aloprava a ambos.
"Só espero que esse muleque não tenha alergia a isso também". O André, mesmo tendo mais pelos que o Pedro, mais corpo e mais altura (1,80m, 90kg), um tramanzalão de primeira, apesar disso, é a mais doce das criaturas, e quase tão sensível quanto-das renites daqui de casa, a dele é a pior. Logo, tinha boas razões para estar preocupada.
Dito e feito. Depois do banho, ele me aparece com um vergão enorme na região das costas, quente pra caramba. Sai desesperada na internet procurando alguma coisa sobre reações alérgicas à amonia. Qdo lhe disse o que eu estava fazendo, ele respondeu "ohhhhh, que bonitinho" e me deu um beijo na testa. Acabei passando um creme hidratante, pq foi a única coisa q eu achei q dava pra passar em pouco tempo-meus pais dormiam a essa hora. Obvio que não adiantou muita coisa, ele ficou de lado na cama, deitado, esperando o ardor passar.
Quando meus pais acordaram, falaram pra passar corticóide. Desimbestei a procurar a pomada até achar, q só consegui passar qdo jurei de pé junto que não ia arder. Passei, dei boa noite, apaguei a luz e sai do quarto. Dois minutos depois ele me aparece aqui na sala e senta-se ao meu lado. Pegou a minha mão e fingiu dormir em cima dela. Depois, acordou, pegou um CD do "É o tchan" e está desde então a me deleitar com toda fantástica antologia poética do grupo de axé.
E sinceramente, eu não sei como alguém consegue viver sem tudo isso.
Há 3 semanas
Um comentário:
Ai eu também não consigo viver sem os meus ... lembro até hoje um dia na empresa que trabalhava que um mané virou e falou que ia ter só um filho pra não ter que dividir herança. Eu pensei comigo mesma, que realmente pensar assim o cara tem que ter muita grana e mesmo assim não vai chegar aos pés da riqueza que se tem qdo se tem irmãos
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