28/10/09
Eu sempre valorizei algumas coincidências como sinais de aproximação entre mim e ELE (o ELE-mór): meu irmão e o primo dele se formarem juntos, tanto em 2008 como em 2009; o marido da Keka ter o nome mto semelhante ao dele; o Ricardo, namorado da tia Laura, morar na rua dEle, eu e a namorada dele termos o mesmo vestido de festa...Coisinhas curiosas que pareciam querer dizer que a gente iria ficar junto.
Mas, ao mesmo tempo, outros fatos indicavam na direção oposta, como se me gritassem: pelo amor de Deus, largue esse cara enqto é tempo. Para exemplificar, lembro os mais recentes: minha amizade com a Laurinha aumentou na mesma época em que eu me aproximava consideravelmente de ...; os nossos parentes se formam juntos novamente, mas dessa vez, justamente dessa vez, ele não foi convidado.
Estava falando com Ele no MSN há pouco. Eu gostei de que Ele veio falar comigo mas não gostei de saber que ele não vai a formatura...Agora ele me largou, sumiu sem nem deixar rastro, e eu sinto que não quero mais falar com ele. Que prefiro que ele fique na dele, imóvel, desinteressado. E desinteressante. Não sei se isso é a decepção por ele não ir à formatura e ainda por me largar falando sozinha, ou se é o cansaço de uma estação inteira dançando a dança dele...
Falei outro dia pra Laurinha que não adianta a gente querer fugir dos homens que querem apenas nos usar, que querem apenas se divertir: eles existem aos montes (não são os únicos - há caras querendo uma coisa mais intensa, sem querer brincar com o sentimento alheio) e, vira mexe, caem na nossa rede. Disse tbm que era questão de a gente saber se valorizar, e saber deglutir esse tipo de coisa, saber que somos mto maiores do que isso.
Mas, sinceramente, acho que meu raciocínio é meio prejudicado, meio torto. Pq havia dito pra Laurinha, também, que eu não seria capaz de usar alguém pq gosto de me envolver. Ao contrário daqueles homens levianos, como se eu fosse um anjo puro, mais desenvolvido e superior, e eles, pessoas pobres de espírito, mediocres. Mas me dei conta de que menti, pq eu também sei usar. E me dei conta disso pensando num "Elezinho".
Eu posso ficar semanas sem falar com ele, sem procura-lo, ignorando suas mensagens e ligações. Porém, se ao acaso a gente se encontra e eu não tenho como fugir (ex: aquele maldito bate papo do orkut), ele simplesmente sublima todos os meus sinais e age como se nada houvesse acontecido, como se eu sempre estivesse na dele. Ele veio conversar comigo pelo bate papo do orkut e eu não tive para onde escapar; uns dias depois ele me ligou (seria o segundo passo em direção a conquista, dps que o garanhão percebe uma "aproximação" da fêmea). Eu desacreditei.
Foi assim que eu entendi o quanto estava errada. Pq aquelas pessoas levianas, cruéis, usaram vc, não quer dizer que usem todo mundo. Mas "calhou" de ser vc. O Ele-galinha já me disse claramente q ñ presta, mas qdo namora, namora; o Elezinho cansou de me dizer que vivia uma vida de pegador, mas q tava louco pra sossegar; o Ele-mór, por mais que tenha traido a 1ª namorada com uma amiga da vida inteira, dps veio a namorar esta, quis que ela fosse alguem além de uma FF. A questão não está na maldade do outro; mas em vc se permitir usar. Isso parece óbvio, mas não é.
Acho q se deixar usar está associado a uma fragilidade perceptível. Não que a gente ande com um neon luminoso, mas a gente atrai e se deixa atrair por situações desse tipo. Todos esses "fdps" que parecem cair de paraquedas, as vezes todos juntos e do msm avião, estavam procurando um pouco de diversão e eu não consigo ver isso como errado pq eu tbm posso querer só diversão, eu tbm quero poder aproveitar só o melhor de se estar junto de outro. Não sei onde está o ponto que mostra que este ou aquele não querem mais do que diversão.
A Laurinha ficou realmente mal com a história do Eledela: ele prometeu mto, era todo delicado e atencioso, não dava para supor que ele estivesse com outra. O Elezinho uma vez me disse que o problema tbm está em vc só prestar atenção na montanha-russa, nunca no carrossel. Será possível que esse Eledela fez tdo de caso pensado, só pra dormir com ela? Acho que não, mas isso pq eu tenho tendência a acreditar no lado bom das pessoas. Mesmo assim, será que não significou nada para ele realmente? Não tô conseguindo entender. Mesmo. Em parte não sou capaz de acreditar que alguém consiga ir atrás, mandar msgs, trocar segredos, fazer carinhos, e dps sumir, como se fosse tdo indiferente.
Com o Elezinho eu não sei se foi assim, preciso analisar. A principio eu não estava exatamente interessada nele. Queria só ver no que ia dar. E conversando, percebi que ele era gente boa, e adorava que ele me ligasse. Me lembro de uma vez em que ele me surpreendeu, me ligou numa noite de sexta-feira, eu estava no giovannetti e ele queria só saber como eu estava. Fiquei derretida. Mas dps eu percebi q a gnt não tinha mais a ver, e isso foi logo antes de ele ir viajar. Mas dps que ele voltou, que eu entrei na faculdade, fiquei na dúvida qto aos meus sentimentos e queria saber se dava jogo. Isso se repetiu algumas vezes. Em tds, eu terminava dizendo que não tinha jeito, pq acima de tdo, e em palavras claras, eu não tinha o menor tesão por ele.
O que não entra na minha cabeça é o seguinte: pensando na minha relação com o Elezinho, para mim não ficou nada, mas eu sou totalmente capaz de entender que para ele ficou, e inclusive consigo ve-lo revoltado, fechando a janela do meu perfil no orkut por ex. E por outro, pensando na minha relação com o Ele-mor, não consigo entender como que pra ele tudo isso é indiferente, que para ele seja tão simples fechar a janela do msn e sair sem nem ao menos se despedir, sem nem se importar comigo.
A única coisa que eu sou capaz de perceber é que é smp mais dificil estar do lado de quem gosta um pouco mais, do lado de qm se apaixona. Eu não me preocupo com o Ele-galinha, não ligo se ele quer ainda me ver ou não, não estou interessada em saber se ele gostou de ter me beijado ou não. Para mim, aquela pegação toda no carro, mão pro lado, língua pro outro, beija daqui, beija de lá, não significou nada, não dá saudade, não faz cosquinha...é uma cena meio esdruxula, pq é insossa. O que para mim é ainda pior, pois significa que procurei passar um tempo junto, trocar carinho com alguém que não representa tanto assim pra mim. Gosto do Ele-galinha respeito a pessoa dele, sem dúvida. Mas a questão não é essa: a questão é que não é gostoso ficar por ficar, pq "to fazendo nada, vamo nessa!". Pra ser bom, vc tem q querer o outro. E será que dá pra vc querer sem se apaixonar (pensando no que disse o Renato Janine Ribeiro sobre o que é se apaixonar)? Entende a raiz de toda a minha dúvida??
Parece q a gnt inventa, revira os termos dos relacionamento de pernas pro ar, modifica tdo o tempo todo...Pra que, se o que a gente quer na vdd é algo tão simples: ser feliz ao lado do outro?
O meu receio é q a resposta a essa pergunta seja: talvez as pessoas tenham sucumbido tanto na sua individualidade, que não sejam mais capazes de desejar esse tpo de felicidade. Não falo da felicidade conjugal, tipicamente burguesa. Falo naquela coisa boa que é vc se identificar com o outro, enxergar nele o melhor de vc, e ao mesmo tempo respeitar suas diferenças, de crescer juntos, viver, partilhar...Mto grego demais?